130 coisas sobre as quais escrever #16 [Texto de Heloise Scafi e Emily Eloise]


16. De que maneira alguém já salvou a sua vida?

De que maneira alguém já salvou a minha vida? Bem, quando recebi esse tema fiquei um pouco frustrada, pois em minha cabeça veio logo uma cena de filme, como quando uma pessoa sofre um acidente e alguém faz os primeiros socorros. Ou melhor, quando uma pessoa está prestes a ser atropelada por um carro e, do nada, vem alguém que a salva. Minha frustração se deu ao fato de que nunca aconteceu algo do tipo comigo, nenhuma história emocionante que eu pudesse contar e que em seguida fariam os olhos do leitor se encherem de lágrimas. 

Contudo, por outro lado, essa frustração me fez questionar o que necessariamente significa salvar uma vida, será que esse termo só vale para casos em que foi possível evitar a morte de alguém, ou ele tem um significado mais amplo, como melhorar a vida de alguém? E quando digo melhorar, quero dizer torná-la mais feliz, mais alegre ou, no mínimo, mais leve. No final, esse questionamento me levou a perceber que minha vida já foi salva muitas vezes, de tantas maneiras diferentes que seria impossível listar todas. Concluí que devo agradecer a minha vida a muitas pessoas, muitas dessas pessoas que eu nem lembro mais o nome, agradeço-as, pois foram tantos os momentos em que tudo que eu precisava era somente uma boa conversa, um abraço, um conselho ou até mesmo um sorriso.

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Certo dia, fui ao centro da cidade à tarde com vários colegas, comemos em um restaurante e logo após fomos ao cinema, decidimos do nada que iríamos pegar a última sessão do filme que tinha naquele dia, pois era um filme de terror e queríamos mais “emoção” (somos desses – risos). Compramos nossos ingressos e entramos na sala. Por volta de 23h40 saímos do shopping, todos com muito medo e iríamos chamar um Uber no celular de um amigo, porque só ele estava com dados móveis, ninguém mais tinha o aplicativo e o Wi-Fi do shopping estava péssimo. Assim que saímos, do lado de gora tinham uns três caras super estranhos, passaram e não os vimos mais. Todos nós estávamos muito apreensivos, um dos meus colegas chamou seu pai para ir buscá-lo, outros dois foram com um último táxi que ali estava e ficaram de chamar um Uber para mim no caminho, porém não chamaram. Após uma hora de espera, eu já estava com muito medo e achando que iria dormir na rua. Os três caras que ali estavam antes, chegaram até mim e perguntaram se eu queria ajuda, chamaram meu Uber e cheguei plena em casa.

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