Texto de Luiz Augusto Tavares, sala 1.
Memórias da vida
Um dia, um menino que se chamava Felipe perguntou para o seu avô como foi a sua vida quando ele era criança. O avô, que se chamava Roberto, respondeu que a vida foi difícil, mas houveram alegrias e tristezas em seu caminho, e que a dificuldade foi fundamental ao longo do tempo. O menino se perguntou: Será que o meu avô adora dificuldades?
— Bem, meu neto, irei lhe contar a minha história.
Quando eu tinha doze anos, minha mãe, que se chamava Margarida, dizia para eu focar nos estudos e não esquecer de arrumar o meu quarto quando voltasse do colégio. No colégio, eu tinha alguns amigos, mas não conversava muito, principalmente na sala de aula, pois eles sabiam de tudo o que acontecia na escola. Quando era a aula de Língua Portuguesa, eu ficava muito ligado nas explicações para conseguir fazer as tarefas, especialmente nessa matéria. As notas de cada trimestre eram sempre altas, então não tinha muito com o que me preocupar, exceto por História, porque a cada aula sobre a 1° e a 2° Guerra Mundial eu me perdia mais, enquanto a maioria da classe adorava esse período.
Tinha dezesseis anos quando as tristezas começaram a tomar forma, porque o futuro estava em minhas mãos e meus amigos estavam distantes. Eu estava terminando o Ensino Médio e não tinha uma namorada, mas não contei para ninguém, pois não saberia a reação da minha mãe e dos meus amigos. Isso tudo somado ao fato de que eu não sabia qual profissão queria ter.
Comecei a faculdade de Administração aos vinte e dois e não foi fácil, mas enquanto esse período não passava, eu soube das notícias dos meus amigos. Fiquei tão feliz quando um deles entrou em uma universidade e ele me contou que o lugar era “uma luxúria”, pois tinha muita modernidade. Ri muito quando ele usou essa palavra, acho que ele não conhecia bem o significado, talvez não estivesse ligado.
Terminei a faculdade e conheci uma mulher que era mais linda do que a luz do luar, era um tesouro quase impossível de se achar. Entretanto, como eu era muito tímido, não consegui dizer o que sentia por ela. Por sorte ela me viu e perguntou qual era o meu nome.
Felipe, olhando para o Roberto com a esperança de que ele tivesse dito o seu nome, perguntou:
— Avô, o senhor disse o seu nome?
Ele respondeu:
— Não.
— Era a sua chance de se declarar para ela, mas imagino que essa tenha sido a maior dificuldade da sua vida, pois se o senhor não conversava muito com os seus amigos, imagine com as meninas!
O avô de Felipe respondeu:
— Felipe, às vezes requer tempo se preparar e conversar com maior facilidade com uma mulher. Bem, continuando a história...
Levei quase um ano para poder beijar os lábios daquela mulher, já que a dificuldade para mim foi extrema. Porém, quando me senti muito preparado para aquele momento, eu o fiz. E é claro que eu lamento bastante por não ter criado coragem desde o início.
— Avô, mas não entendi quais eram as suas dificuldades, pois a história da sua vida parece muito simples, não vejo quase nenhum obstáculo pelo caminho na minha vida.
— Felipe, as dificuldades surgirão ao decorrer da sua vida, porque se a vida não tivesse obstáculos, não haveria sentido, por isso eu disse que as dificuldades são fundamentais. Você é muito novo ainda, não deveria se preocupar com isso, por enquanto.
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Texto de Larissa Teixeira, sala 2.
Enamora
Hoje acordei pensando no ontem,
Com o lamento de quem sabe que o dia de amanhã
Não representará mais que a luxúria de um beijo,
Em que lábios sussurram
O que os corações ligados pelo amor,
Sentem.
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