71. Coloque-se (ou o seu personagem) em um lugar onde sinta-se vulnerável ou desconfortável.
O dia que quase morri de vergonha
“Essa foi por pouco, quase me atrasei. Esse é o meu primeiro encontro e eu já quase estraguei tudo”, foi o que Daniel pensou naquele momento. Um jovem rapaz de quase 17 anos, que nunca havia tido uma namorada, mas que agora, em meio à confusão de sua mente adolescente, tinha conseguido marcar um encontro com uma garota de sua classe. O nome dela era Sara, os dois haviam marcado de se encontrar na praça de alimentação do Shopping ás 19:00, mas eram 18:30 ainda. Daniel havia pensado em comprar alguma coisa antes de se encontrar com a menina, o plano era ir ao cinema e pegar a sessão das 19:30, então ele tinha algum tempo. “Acho que vou comprar dois sorvetes para a gente”, pensou ele.
Então foi logo em direção à loja de sorvetes e fez o pedido, não tinha muito mais tempo, mas decidiu que esperaria mais um pouco até o sorvete ficar pronto, quando finalmente tinha ficado, estava na hora do encontro, então, com os sorvetes na mão, saiu correndo para a praça de alimentação. Enquanto Daniel corria, acabou se distraindo e caiu de cara no chão, levantou-se rapidamente e percebeu que tinha manchado a calça, começou a entrar em pânico, pois faltavam cinco minutos. Foi direto ao banheiro o mais rápido que pôde, para tentar se limpar, mas o esforço fora em vão, tinha manchado demais.
Foi aí que ele teve uma ideia, era uma ideia estúpida para o tempo que faltava, mas não havia outro jeito, ele teria que comprar novas calças em alguma loja por perto, mas teria de passar pela multidão novamente, já havia quase morrido de vergonha na primeira vez, não sabia se aguentaria passar um vexame na frente de todos. ''E se eu encontrar ela sem querer?'', foi o único pensamento que o amedrontava, mas ele tinha que tentar a sorte. Respirou fundo e correu o mais rápido que pôde, para a sua sorte, havia uma loja bem perto do banheiro. Entrou na loja, pegou a primeira calça jeans que conseguiu e foi direto para o caixa. “Lá se vai a minha mesada”, pensou o menino Daniel.
Depois de toda essa confusão, ele conseguiu finalmente chegar até o local do encontro, a menina estava lá esperando, parecia um pouco zangada por ele ter se atrasado e quase perdido a sessão do filme. Então ele chegou nela e disse:
— Oi, Sara. Desculpe pelo atraso, eu acabei tendo alguns problemas no caminho...
— DANIEL! Você está brincando comigo? Me fez esperar 15 minutos parada aqui, achei que tinha me dado o fora.
— Claro que não, Sara, eu juro que tive alguns problemas apenas.
— Hmm, então acho bom ter uma boa desculpa.
— E-eh... eu acabei sujan-...
— Acabou o quê?
— EU SUJEI A CALÇA COM SORVETE E TIVE QUE COMPRAR OUTRA, ESTÁ FELIZ AGORA?
— Você o quê? — A menina começou a gargalhar da cara do pobre Daniel, que estava extremamente envergonhado.
— Sabe, você até que sabe ser um cara engraçado. Tudo bem, eu te perdoo dessa vez. Vamos assistir ao filme ainda? — Sara parecia ter ficado mais alegre de repente.
— Claro, vamos.
“Mesmo eu tendo contado aquilo, ela não parece ter desistido do encontro, caso contrário, não teria dito para irmos assistir ao filme”, pensava Daniel com sua mente totalmente confusa. Após aquele acontecimento, os dois assistiram ao filme e se divertiram bastante. “Acho que se não fosse pelo sorvete, ela não teria me perdoado tão fácil, então acho que não sou tão azarado quanto eu pensava, graças a hoje, acho que consegui uma namorada”, pensava alegremente Daniel mais tarde naquela noite, em seu quarto.
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